terça-feira, 26 de maio de 2009

O dia de Oração pela Igreja na China sob controle. Carta do Papa é bloqueada

Nenhuma peregrinação diocesana ao Santuário de Sheshan devido às proibições. Pouca publicidade mesmo na diocese de Xangai. Em Hebei os católicos vão sem missa, porque os padres estão detidos. Acesso ao site do Vaticano com a carta de Bento XVI (em Chinês) continua bloqueado.

Roma (AsiaNews) - O Dia de Oração para a Igreja na China passou quase despercebida em muitas dioceses da República Popular. Em Hebei, onde há um controle rigoroso, os fiéis da comunidade clandestina (fiel ao Papa) não podiam nem mesmo ter missas por causa da falta de sacerdotes.

Em sua carta de 2007 aos católicos chineses Bento XVI lançou a ideia de um Dia Mundial de Oração pela Igreja na China, a ser realizado em 24 de Maio, dia da festa de Maria Auxiliadora, que é particularmente venerada no Santuário mariano de Sheshan, a poucos quilómetros de distância de Xangai. A intenção do Papa é que por meio da oração a unidade dentro da Igreja possa crescer na China, bem como o seu vínculo com o Sucessor de S. Pedro. O Santuário de Sheshan, um local de peregrinação há mais de um século, é o local ideal, pois atrai católicos clandestinos (em comunhão com Roma) e oficiais (igreja estatal). Mas desde que o Papa instituiu o dia de oração, tornou-se cada vez mais difícil para os católicos o acesso a Sheshan. Este ano, à semelhança do ano anterior, a polícia restringiu o trânsito durante todo o mês de maio e a diocese aconselhou os fiéis a não fazer a peregrinação a Sheshan. Este ano até a diocese de Xangai - a única diocese com acesso ilimitado - promoveu a peregrinação em 23 de maio, mas de uma forma muito moderada, sem publicidade. Nos anos anteriores, até 20 mil peregrinos visitaram o santuário. Até o momento, apenas alguns milhares chegaram.

Outras dioceses optaram por organizar peregrinações a santuários Marianos locais. As fontes da AsiaNews relatam que em Hebei, região com o maior número de católicos, comunidades clandestinas tiveram que ir sem missa por falta de padres. Isso deve-se aos restritos controles na região que proíbem reuniões públicas e pelo fato de pelo menos 10 padres clandestinos já estarem na prisão por terem celebrado missas fora de locais autorizados pelo Escritório de Assuntos Religiosos (estatal).

Ontem, a Santa Sé emitiu o Compêndio da Carta do Papa aos católicos chineses, que rearranja os temas da Carta, em formato de pergunta e resposta, para ajudar melhor sua compreensão. O Compêndio é publicado em chinês simplificado, tradicional e em inglês. Entretanto, ainda hoje o acesso ao website do Vaticano em chinês está bloqueado e é impossível de contorná-lo ou fazer o download do conteúdo do site, incluindo a Carta do Papa em chinês.

Traduzido de http://www.asianews.it/index.php?l=en&art=15336&size=A

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